Centenas de pacientes que sofrem com transtornos mentais estão enfrentando dificuldades para fazer tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), em Salvador. Alguns pacientes não conseguem marcar consulta com um psiquiatra. Outros se queixam da falta de medicamentos, alimentação e até segurança.
O Centro de Atenção Psicossocial foi criado para substituir os hospitais psiquiátricos. São 18 unidades na capital baiana, com mais de 400 pacientes em atendimento. No Caps Osvaldo Camargo, no bairro do Rio Vermelho, 50 pessoas com transtornos mentais fazem tratamento.
Na unidade, elas participam de oficinas em grupo e recebem remédios de graça, mas de acordo com um homem que prefere não se identificar, muitos pacientes estão abandonando o tratamento por causa de problemas na unidade. “Tem faltado alguns remédios. Um outro problema é a falta de gasolina para a Kombi que faz o serviço móvel do espaço. E a segurança compromete porque as pessoas ficam assustadas no fim da tarde”.
Algumas pacientes reclamam que estão tentando marcar uma consulta com o psiquiatra, mas não conseguem vaga. A auxiliar de escritório Carmeci Cardoso está tentando marcar consulta a duas semanas e ainda não conseguiu. Segundo ela, a desculpa da unidade é que não há vaga.
A aposentada Cleonice Pinheiro já tenta há um mês, mas também não consegue marcar consultas. “Eu não tenho condições de pagar consulta particular e tenho muita necessidade de ser acompanhada”, reclama.
A responsável pelo Centro Psicossocial Osvaldo Camargo não quis gravar entrevista, mas disse a equipe de reportagem que só a Coordenação Municipal de Saúde Mental pode falar sobre os problemas apontados pelos pacientes.
A Associação Metamorfose Ambulante, que reúne familiares e pacientes com transtornos mentais, já comunicou os problemas ao órgão e aguarda providência. “Não estão tendo vida digna, não tem remédio, não tem segurança. Aqui ao lado os usuários de crack utilizam a droga. Tem que mudar essa história da saúde mental”, explica Girlene Almeida, representante da Associação Metamorfose Ambulante.
Segundo Célia Rocha, coordenadora da Saúde Mental de Salvador, a Secretaria Municipal da Saúde tem ciência desses levantamentos que tem sido feitos pelos usuários dos serviços. “Estamos tentando solucionar na medida do possível. Alguns Caps já estão trabalhando com Guarda Municipal presente. A alimentação está sendo oferecida diariamente. O lanche, por se tratar de uma situação emergencial, não foi possível. Mas no próximo processo licitatório isso está contemplado como existia antes”, afirma a coordenadora.
Segundo Célia Rocha, coordenadora da Saúde Mental de Salvador, a Secretaria Municipal da Saúde tem ciência desses levantamentos que tem sido feitos pelos usuários dos serviços. “Estamos tentando solucionar na medida do possível. Alguns Caps já estão trabalhando com Guarda Municipal presente. A alimentação está sendo oferecida diariamente. O lanche, por se tratar de uma situação emergencial, não foi possível. Mas no próximo processo licitatório isso está contemplado como existia antes”, afirma a coordenadora.
Célia Rocha explicou ainda que, no processo de contenção de despesas, foi diminuída a cota de combustíveis para os serviços, mas as visitas foram mantidas e que há agendamento para as visitas porque o número de psiquiatras trabalhando é insuficiente. “Acredito que com a realização do concurso público, que deve estar saindo muito brevemente, isso deve ser solucionado”, justifica a coordenadora da Saúde Mental de Salvador.
Fonte: Rede Bahia