quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Presidente da CNS diz que problema do SUS é de gerenciamento

 

 

Foto: Agência BrasilO presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista, culpou a ausência de uma carreira única e estável e a carência de especialistas na rede pública pela falta de médicos no Sistema Único de Saúde (SUS). Em seu comentário, Batista se referia ao resultado da pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quarta-feira. O objetivo da pesquisa é avaliar a percepção do brasileiro sobre os serviços do SUS.

"Apesar de várias secretarias oferecerem altos salários, os médicos não querem ir. A falta de estabilidade é mortal para o SUS. É mais cômodo e interessante trabalhar na rede privada", disse o presidente da CNS, que também afirmou que o serviço especializado está mais concentrado na rede privada.

Segundo o Ministério Público, são oferecidas bolsas de residência médica para áreas consideradas prioritárias dentro do SUS, onde há necessidade de mais especialista, desde 2009. O ministério ainda afirmou que medidas como a implantação de núcleos de tele-saúde e o abate de dívidas de estudantes da área médica beneficiados pelo Fies que prestarem atendimento em áreas com poucos profissionais também procuram minimizar o problema apresentado pelo presidente da CNS.

O levantamento aponta que 46,9% reclamam do serviço oferecido na rede pública, que 37,3% acha que há poucos profissionais nos postos e que 33% quer mais médicos nos serviços de urgência e emergência. Os entrevistados também cobram mais rapidez no atendimento e na marcação de novas consultas, já que reclamam da longa espera por ambos serviços. Para Batista, se o atendimento no SUS deixasse de ser feito apenas por médicos o problema poderia ser resolvido em parte. "Já passou da hora de a população ser atendida por outro profissional sem ser o médico, como enfermeiro, psicólogo e fonoaudiólogo", afirmou.

Através de uma nota, o Conselho Federal de Medicina (CFM) quis "alertar para o público a importância da adoção de políticas públicas que sanem os problemas apontados e que comprometem a qualidade do trabalho médico e, principalmente, da assistência oferecida". Para o CFM, os problemas apontados na pesquisa decorrem do subfinanciamento e da falta de modernização na saúde pública. Sobre a falta de médicos, o conselho apontou "o descaso dos gestores do SUS (em todos os níveis de gestão) em apresentar soluções para a contratação de profissionais da saúde", o que não garantiria a remuneração adequada aos profissionais. "O Brasil tem direito à uma assistência pública em saúde de qualidade, resolutiva e atenta diversidades regionais, sociais, étnicas e de gênero, entre outras, garantindo a todos os brasileiros acesso universal, integral e equânime ao atendimento médico-hospitalar, embasados na eficiência e na eficácia dos serviços e programas de promoção, prevenção e atenção", diz a nota (leia na íntegra).

Fonte: SRZD

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